Como a família pode auxiliar?

Quando falamos sobre esquizofrenia muitas coisas vêm a mente, podemos pensar a respeito da psicofobia que as pessoas com a esquizofrenia sofrem, podemos pensar nas dificuldades sociais que essas pessoas acabam tendo, mas também pensamos a respeito de como essas pessoas são tratadas em casa, se a família entende do que se trata e se sabem cuidar dessas pessoas.
Isso é um dos grandes problemas que existem quando falamos de esquizofrenia e tratamento deste transtorno, pois como profissionais de saúde mental sabemos da importância que a família tem para no sucesso do tratamento a longo prazo, quando são engajados e presentes os efeitos positivos são perceptíveis desde o início.
Muitas vezes quando o diagnóstico é dado, não é feita uma psicoeducação sobre o transtorno, dos sintomas e de quanto tempo eles irão durar, não é feito um acompanhamento desta família em si para suporte de dúvidas a respeito de medicações e manejo de episódios de surto, o que pode causar um grande cansaço e até mesmo o desenvolvimento de transtornos mentais nestes cuidadores.
A esquizofrenia é considerada um transtorno mental grave e crônico, ou seja tende a se agravar se o tratamento não for bem empregado, os sintomas mais comuns são delírios e alucinações, pensamentos confusos, fala desorganizada, perda do contato com a realidade, indiferença afetiva, comportamentos bizarros, perda de memória, declínio cognitivo, dificuldade para se relacionar, dificuldades de aprendizagem. No momento não existe ao certo um motivo para a causa deste transtorno, sabemos de que existe um fundo genético, social e ambiental, podendo se originar de alterações químicas e físicas no cérebro.
Quando falamos sobre esse transtorno é importante lembrar de que não há cura, mas como tratamento adequado pode haver uma remissão de sintomas!
A família tem um papel de auxiliar essa pessoa a ter uma vida saudável, tanto em questões biológicas como de forma sociais, levando para sessões de psicoterapia, consultas com psiquiatra e outras especialidades médicas, reforçando a importância de manter contato social, do exercício físico e boa alimentação, o que pode gerar estresse e desgaste mental desses familiares.
Por esse motivo estar em processo psicoterapêutico é de grande importância, tanto para a psicoeducação quanto para tratar questões particulares de cada um, para auxiliar na organização de uma nova rotina que comporte o tratamento do ente querido, outro ponto em que a psicoterapia pode ajudar, desta vez falando de uma dinâmica familiar, reorganizando os papeis que cada pessoa desempenha dentro do núcleo a fim de dividir a carga por igual entre os cuidadores.
Outro ponto importante para que a família consiga auxiliar essa pessoa é ter conhecimento a respeito de seus direitos, tanto como familiares, tanto da pessoa que sofre com esquizofrenia, para conseguir garantir e proteger estes direitos, um coisa é fato, o conhecimento a respeito do transtorno e de direitos se tornam grandes pilares para proteção da família.
Ter um bom relacionamento com a equipe que oferece o tratamento ao familiar é de grande importância, sabemos que nem sempre isso é possível devido ao lugar em que esse tratamento é oferecido e a demanda de trabalho que a equipe responsável tem, nem todos os municípios tem profissionais de saúde mental disponíveis e capacitados para tal, um ponto a se melhorar quando falamos de saúde pública.
Manter uma rotina com boa alimentação, exercício físico e sono é a chave para uma boa saúde mental, se a família tiver o apoio profissional e social adequado, esses três pilares podem permanecer firmes. Se você convive com uma pessoa tratando a esquizofrenia, procure se informar a respeito do tratamento de seu familiar, seja presente, mas não se esqueça de cuidar de si mesmo, saiba que você não está sozinho!
Deixe uma resposta